RN tem sétimo pior ensino do Brasil

Com índice geral de 3,7, Natal é a 4045º colocada entre as cidades brasileiras e a 22ª capital no ranking nacional na oferta de oportunidades de educação básica do país. Já o Rio Grande do Norte obteve índice geral de 3,9 - abaixo da média no país que ficou em 4,5 - e é o 21º entre os estados, à frente apenas de Sergipe, Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão e Pará. É o que revela o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ioeb)  divulgado no último dia 7, pelo Centro de Liderança Pública.  
Pontuações mais baixas foram quanto à média de hora aula/dia
O índice pontua, com média de 0 a 10, quais localidades (estados e municípios) oferecem as condições mais favoráveis para a educação de crianças e adolescentes em todo o país. No RN, as cidades  que apresentaram o melhor desempenho são Santana do Seridó, Acari e São João do Sabugi. 

A nota é dada a partir do cruzamento de um conjunto de sete fatores, coletados em dados oficiais: Ideb anos iniciais do ensino fundamental, Ideb anos finais do ensino fundamental, a Taxa Líquida de Matrícula do ensino médio - que compõem o índice educacional -, além de dados sobre a escolaridade dos professores, número médio de horas aula por dia, experiência dos diretores e a taxa de cobertura na educação infantil.

As pontuações mais baixas foram verificadas quanto à média de hora aula/dia de 1,8 e 1,6, em Natal e no Rio Grande do Norte, respectivamente, além de experiência dos diretores de escola e Ideb. A formação de professoras teve nota alta. No Estado foi de 8,6. Em Natal, de 9.1;  em Santana do Seridó, 9,6. 

A nota baixa geral apenas corrobora com o cenário de fragilidades do processo de ensino-aprendizagem e gestão da educação já evidenciados em indicadores como o Ideb e outros de aprovação, repetência e evasão escolar, na avaliação da  diretora do Instituto de Desenvolvimento da Educação e especialista em educação básica, Claudia Santa Rosa.  

“Gestão é o principal gargalo, continuamos com dificuldades primitivas como falta de professor, alta rotatividade e escolas sem estrutura adequada. Falta uma política que priorize a educação. Apesar de uma legislação educacional avançada, ela não é executada aqui”, frisa a pedagoga. 
Reverter quadro
Para reverter a situação, a educadora pontua: melhoria na qualificação, remuneração e compromisso do corpo docente com um projeto pedagógico que defina metas de ensino e aprendizagem, acompanhado de ampliação do quadro de professores, estruturação da rede de escolas e implantação de um modelo de qualidade. 

O último Índice de  Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) revelou que a educação do RN vem perdendo a qualidade se comparada à média nacional, ficando no 24º  lugar do ranking, realizado a cada dois anos. A média atual do Estado foi 3.9, segundo dados referentes à avaliação dos alunos do 9º ano. Já qualidade da educação no ensino médio  ficou na penúltima colocação no ranking do Ideb 2013, atingindo a segunda pior nota no Brasil. 

Os principais diferenciais deste índice em relação a outros já existente, como o Ideb, segundo os idealizadores, é que trata-se de um índice único para cada local (município, estado ou Distrito Federal), abrangendo toda a educação básica – da educação infantil ao ensino médio, de todas as redes existentes no local - rede estadual, municipal e privada. 

O Ioeb se propõe a mudar o sistema de pontuação para estados e municípios -  em vez de redes estaduais e municipais -, ampliar os mecanismos de avaliação e facilitar a comparação entre os governos locais sobre o desempenho da gestão educacional. A TRIBUNA DO NORTE procurou, sem sucesso, o secretário estadual de educação, que estava em reunião e informou que um auxiliar atenderia a reportagem nesta sexta-feira.
“Todo esse quadro traz dificuldades em cumprir os 200 dias letivos com a carga horária preconizada”, observa Judineide Domingos. Em educação infantil, que teve nota 3,9, a secretária afirma que na faixa etária de 4 a 5 anos, o Município já atinge uma cobertura de 90%. Mas precisa avançar na oferta de  atendimento em creche. “Estamos com 25% e temos que chegar a uma cobertura de 50% até 2020”, disse.

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