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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cargos comissionados da Datanorte serão demitidos

Os 133 cargos comissionados da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte (Datanorte), empresa de economia mista que administra o patrimônio e é responsável pelo ônus dos funcionários de seis instituições extintas em governos anteriores, devem ser exonerados ainda hoje. O ato ocorrerá após reunião do Conselho de Administração do órgão, a ser realizada às 9h. A nova diretoria será apresentada aos acionistas, inclusive o diretor-presidente, Marcos Pinto. O antigo responsável pela Datanorte, Genildo Pereira, renunciou ao cargo de diretor-presidente após receber a determinação da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) de, ainda na semana passada, exonerar todos os funcionários comissionados. Ele alegou que pelo menos dois setores do órgão – o jurídico e o que trabalha com a arrecadação (ambos com um quadro de 100% de comissionados) – não podem ter as atividades paralisadas.
A Datanorte é responsável hoje por um acervo de aproximadamente 1.100 funcionários efetivos, remanescentes de uma das seis empresas extintas. O orçamento para 2011 foi estimado em R$ 59,8 milhões, o que praticamente cobre somente a folha de pessoal. Para se ter um ideia, em 2010, a folha de servidores chegou, inicialmente, a casa dos R$ 43,9 milhões. Para 2011, esses valores foram reajustados. Os salários, no que concerne aos cargos comissionados, variam de R$ 540 a R$ 3.250 (valores brutos).

De acordo com a coordenadora do setor jurídico, Alícia Costa, a Datanorte caminha para um processo de liquidação das dívidas gerais, inclusive as trabalhistas. Ela assinalou que em maio deste ano a diretoria assinou um Termo de Compromisso com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no qual repassa mensalmente R$ 400 mil para o pagamento de todo o débito. “Não somente avançamos na quitação dessas dívidas [as trabalhistas] como zeramos as demais”, destacou ela. A Datanorte ainda sobrevive junto ao governo estadual face o acúmulo de despesas os quais herdou das empresas extintas e que só se avolumava. E tal retórica é balizada sem controvérsia, uma vez que a atividade fim do órgão – o processamento de dados do Poder Executivo – é desempenhado por um outro setor da administração.

Apesar da difícil sobrevivência a empresa vive de arrecadação própria, advinda da carteira imobiliária dos conjuntos habitacionais construídos pela antiga Cohab; centros comerciais que estão alugados; royalties de áreas localizadas em Mossoró; e ressarcimento das taxas de aforamento de toda a área da Via Costeira. Os governos que se sucedem corriqueiramente demonstram a intenção de liquidar as dívidas e extinguir a Datanorte. Se for o caso do governo Rosalba já há inclusive um decreto, de n.º 12.711/95, que autoriza a extinção da empresa.

icms

O governo do Estado depositou ontem R$ 27 milhões referentes aos 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos municípios potiguares. R$ 24 milhões referiam-se a quarta parcela do mês de dezembro, que teoricamente deveria ter sido quitada pelo governo Iberê Ferreira de Souza. R$ 3 milhões são do ICMS da primeira parcela de janeiro. Rosalba Ciarlini denunciou a administração anterior, segundo ela, ao ter se deparado com apenas R$ 600 mil em caixa quando somente de ICMS deveria ter sido pago R$ 24 milhões no início deste mês. Ela já comunicou ao Ministério Público Estadual que encaminhará uma denúncia formal sobre possíveis atos de improbidade administrativa da gestão anterior.

A assessoria de imprensa do Governo do Estado afirmou que “a tendência é que continue o pagamento do ICMS rigorosamente em dia”. A governadora vai dar prioridade à quitação do imposto assim como da folha de pagamento dos servidores. Foram pagos também, de acordo com extrato de transferências, no site do Tesouro Nacional, R$ 14,4 milhões do Fundeb. Faltam ainda a quitação de R$ 10 milhões que deveriam ter sido pagos para a dívida de longo prazo que detém o Estado; R$ 18 milhões das consignações; R$ 36 milhões do Programa de Apoio à Indústria (Proadi); além dos R$ 30 milhões do Fundo Estadual de Saúde.

Rosalba vai pedir ajuda a Dilma Rousseff


A situação econômica do Governo do Rio Grande do Norte está merecendo destaque nacional, pelo fato de o Estado potiguar está na lista dos seis com risco de não honrarem os compromissos da atual gestão. Além do norte-riograndense, estão enfrentando situação delicada Amapá, Distrito Federal, Goiás, Pará e Paraíba.

“A nossa situação é muito crítica. Para o dia 4, havia compromissos de repasse de parcela constitucional dos municípios, referente ao ICMS da semana anterior, de R$24,1 milhões. Também tínhamos que pagar R$14,5 milhões do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica). E tinha ainda a parcela da dívida com a União de R$ 10 milhões, a serem pagos no dia 3”, disse o secretário estadual de Planejamento, Obery Rodrigues, em entrevista ao jornal O Globo.

Ele admitiu que a governadora Rosalba Ciarlini levará o problema para a presidente Dilma Rousseff, buscando ajuda do Governo Federal. A estratégia do Governo Rosalba é pedir que a União continue contribuindo unilateralmente com convênios que exigem contrapartida do estado. A nova gestão também quer uma “posição mais clara” sobre o montante repassado por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Se no Rio Grande do Norte o Governo Iberê deixou apenas R$ 600 mil em caixa, na vizinha Paraíba o saldo foi um pouco maior, chegando a R$ 3 milhões. Em contrapartida, o rombo também é maior. Entre dívidas de curto prazo referentes a locação de veículos, serviços de água, luz e telefone a dívida é de R$1,2 bilhão. O governador Ricardo Coutinho (PSB) já avisou que também irá em busca do Governo Federal.

Em entrevista na manhã de ontem a uma emissora de rádio, a governadora Rosalba Ciarlini acusou a equipe de transição do Governo Iberê Ferreira de passar números que “não espelham” a realidade do Estado.

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