![]() |
| Deputado estadual Ricardo Motta (Foto: João Gilberto/ALRN ) |
A procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que afaste o deputado
estadual pelo Rio Grande do Norte Ricardo Motta do cargo por 180 dias. O pedido
foi enviado nesta terça-feira (31). No dia 24, a Assembleia Legislativa
potiguar revogou a decisão judicial que afastou o parlamentar das funções mesmo
o processo estando em tramitação no STF
.
Ricardo José
Meirelles da Motta é investigado por participar de esquema criminoso que
desviou mais de R$ 19 milhões do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do
Rio Grande do Norte (Idema/RN).
Para Raquel
Dodge, o Decreto Legislativo nº 2/2017 editado pela Assembleia do RN em 24 de
outubro autorizando o deputado a retornar às funções parlamentares afronta a
autoridade de decisão judicial, além do princípio do pacto federativo. “A
rejeição a uma decisão judicial caracteriza-se como absoluto descumprimento ao
provimento judicial e violação ao livre exercício, notadamente, na hipótese em
exame, em que a Assembleia agiu por iniciativa própria, não tendo nem mesmo
sido provocada pelo Judiciário para se manifestar”, sustenta a PGR.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Segundo ela, a
atitude do Legislativo estadual ignorou a autoridade do próprio STF. Em agosto,
o ministro Luiz Fux acatou o pedido do Ministério Público para que o caso
passasse à Jurisdição da Suprema Corte, visto que mais da metade dos
desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte se declararam
suspeitos para atuar no processo.
No pedido,
Raquel Dodge afirma, ainda, que o decreto da Assembleia Legislativa não se
sustenta com base no decidido pelo STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade
5526 – quando o plenário concluiu que a aplicação das medidas cautelares
impostas a parlamentares devem ser submetidas à deliberação da respectiva Casa
Legislativa em 24 horas. Segundo ela, o acórdão dessa decisão nem sequer foi
publicado, de forma que a extensão do julgamento ainda não está totalmente
definida, podendo ser discutido em embargos declaratórios (recurso em que a parte
pede ao juiz que esclareça aspectos da decisão).
Além disso, o
STF ainda não verificou se a decisão na ADI 5526 será aplicada de forma
simétrica nos demais estados da federação, conforme aponta a PGR no pedido.
Outro fundamento da petição é de que o decreto foi editado sem que o processo
contra o deputado tenha sido enviado ao Legislativo, o que reforça a
“impropriedade do procedimento da Assembleia em se antecipar à necessária
comunicação, para apressadamente, desconstituir a decisão judicial”
Denúncia
A manifestação
da PGR reforça o pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte para que o
deputado seja afastado de suas funções como forma de garantir o curso das
investigações desencadeadas pela 'Operação Candeeiro'. Segundo Raquel Dodge, a
inicial da denúncia apresentada contra o parlamentar “demonstra à exaustão a
atuação do acusado como integrante de grande proeminência em organização
criminosa” e “principal beneficiário do esquema criminoso”.
Raquel Dodge
retificou a denúncia contra o parlamentar estadual pelos crimes de peculato,
lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na mesma petição foi requerida a
notificação do denunciado para que apresente defesa prévia.
G1 RN
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/n/c/uSYITSS9GFTQoC8zROPw/motta.jpg)


Nenhum comentário:
Postar um comentário