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| Os peemedebistas Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil) |
O Ministério
Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) denunciou o ex-ministro do Turismo
e ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à
Justiça, nesta quinta-feira (7), pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo a
ação, o político recebeu propina ligada às obras do Porto Maravilha, no Rio de
Janeiro, e enviou o dinheiro para paraísos fiscais.
O caso foi
remetido para a 10ª Vara Federal e decorre das investigações da operação Sépsis
– feitas pela mesma força-tarefa que coordena as operações Greenfield e Cui
Bono. Se a denúncia for recebida, Henrique Alves pode virar réu por lavagem de
dinheiro cometida em 2014 e 2015.
O ex-ministro já
responde pelo mesmo crime e por corrupção passiva nos autos da operação Sépsis, por práticas supostamente cometidas em 2011.
Advogado de Henrique Alves nesse caso, Marcelo Leal afirmou ao G1 que não tinha sido notificado da denúncia até o fim
da tarde e, por isso, não teria como comentar o caso.
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O político está
preso desde o último dia 6 de junho, quando a operação Manus foi deflagrada. Segundo a PF, mesmo na
prisão, Alves comandava um esquema de ocultação de bens e fraude em licitações.
No último dia 26, dois assessores do ex-ministro e um funcionário do Ministério
do Turismo foram presos por relação com esse suposto esquema, em uma operação
intitulada Lavat.
Porto
Maravilha
De acordo com a
denúncia, o político usou contas em paraísos fiscais para "encobrir a
propina paga pela Construtora Carioca, uma das responsáveis pela obra Porto
Maravilha, no Rio de Janeiro". O MPF calcula que o valor desviado
ultrapasse a cifra de R$ 1,6 milhão.
Segundo a ação,
essas transações foram feitas por uma offshore da qual Alves era beneficiário,
chamada Bellfield. O MPF afirma que a propina foi creditada a pedido do
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Dados que comprovariam essa movimentação
foram obtidos com instituições financeiras internacionais, depois que as
investigações dessas contas foram transferidas da Suíça para o Brasil.
Na ação, os procuradores da República afirmam que Henrique Eduardo
Alves, "de forma consciente e deliberada, a fim de dissimular a origem dos
recursos ilícitos transferidos à offshore Bellfield", voltou a transferir
esse dinheiro – desta vez, para contas em Dubai (nos Emirados Árabes Unidos) e
no Uruguai.
Extratos obtidos
junto a bancos estrangeiros mostram transferência de R$ 3 milhões – um valor
que, na visão do MPF, ajudaria a encobrir a existência dos R$ 1,6 milhão
desviados. Informações adicionais foram reunidas a partir do depoimento do
doleiro Lúcio Funaro.
O crime de ocultação
de bens prevê pena de reclusão de 3 a 10 anos, além de multa. Na denúncia, o
MPF pede que a pena seja aumentada de um a dois terços, sob a alegação de que o
crime foi praticado repetidas vezes. Com isso, se virar réu na ação, Alves
poderia ser condenado a mais de 16 anos de prisão.
G1 RN
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