No Correio do Sportv
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| Foto: Getty Images |
O
campeão voltou - com muita dificuldade, mas voltou. Jon Jones retomou o
cinturão dos pesos-meio-pesados ao vencer Alexander Gustafsson pela segunda vez
neste sábado, na luta principal do UFC 232, em Los Angeles. Se a primeira luta
entre os dois rivais foi mais parelha e decidida nas pontuações dos juízes
laterais, a segunda foi resolvida com um nocaute técnico aos 2m02s do terceiro
round, o que não significa que foi mais fácil. “Bones” demorou a se reencontrar
no octógono, viu o adversário sueco abrir vantagem, mas enfim mostrou todo seu
potencial no terceiro período.
- Esta é uma sensação incrível. Na primeira vez que
enfrentei Alexander, permaneci no alcance de seu soco, e a maior diferença é
que estive ciente da distância nesta luta. Ele acertou alguns socos hoje, mas
eu estava muito confiante. Alexander é o tipo de cara que, se ele levantar
rápido, é perigoso, mas se ele passa dos 30 segundos no chão, não vai continuar
muito tempo lá. Então a estratégia era levar a luta para o wrestling - disse
Jones após a luta.
“Bones” não podia deixar a noite passar sem provocar seu
arquirrival Daniel Cormier, que abriu mão do cinturão peso-meio-pesado esta semana.
-
Quero agradecer a todos que ficaram ao meu lado. Minha equipe, meus técnicos,
minha família. Eu sou produto das grandes pessoas que tenho ao meu redor.
Alexander tem um alcance muito grande e conectou bons golpes no meu rosto. Ele
é um cara que se recupera muito rápido. O plano era usar o wrestling para
vencê-lo. Tem um cara aí que se chama de campeão duplo... Que tipo de cara
abandona seu cinturão só por que eu cheguei em casa? O papai está em casa,
Cormier. Venha pegar o seu cinturão, ele está bem aqui - disse Jones após a
luta.
A luta
Jon Jones parecia mais relaxado
que nunca ao entrar no cage. Ele escolheu uma música peculiar para introduzir
sua caminhada rumo ao octógono: “We Are The Champions”, da banda de rock Queen,
cujos versos iniciais dizem: “Cumpri minha sentença/mas não cometi nenhum
crime”, uma clara referência às polêmicas que o cercaram nos últimos anos.
Dentro do octógono, porém,
“Bones” não pareceu o mesmo nos primeiros segundos. Demorou a se levantar da
postura sobre quatro apoios com a qual sai de seu córner. Telegrafou duas
entradas de queda, e acertou uma joelhada acidental na região genital do
adversário. Gustafsson foi ganhando confiança e dominando o centro do cage. Só
na metade do round o ex-campeão começou a se encontrar, com bons chutes na
linha de cintura e nas pernas. Gustafsson, contudo, conectou bons golpes com as
mãos e foi melhor por todo o período.
Jones voltou mais agressivo para o segundo round. Seus socos
no corpo começaram a entrar, e seus chutes conectaram na linha de cintura e nas
pernas com mais violência. As entradas de queda, entretanto, seguiam sendo
defendidas por Gustafsson, que andava para frente e tocava seu rosto com
combinações de boxe. Ao defender um ataque, porém, o sueco deixou a mão
esquerda espalmada, e o dedo mínimo entrou no olho do adversário. Jones foi
examinado pelo médico e liberado a continuar. Pouco mudou no restante do
assalto: o “Mauler” dominou o cage e acertou mais socos, e Jones respondeu com
bons chutes baixos. O sueco, no entanto, não caminhava com a mesma
desenvoltura, voltando para o córner no intervalo nitidamente mancando.
O ex-campeão enfim conseguiu o que queria no início do
terceiro round. Após circular pelo cage, encontrou o ângulo correto, atacou as
pernas de Gustafsson e o derrubou com um "single leg". No chão, Jones
passou à meia-guarda, depois à posição de 100kg e, com Gustafsson preocupado em
se defender de cotoveladas, montou nas costas. Dali, foi só desferir duros
golpes na cabeça até o árbitro Mike Beltran encerrar a luta e declarar o
nocaute técnico.




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