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Foto:Reprodução |
O
vice-presidente da Câmara dos
Deputados, o bolsonarista Altineu Côrtes (PL-RJ), ameaçou, nesta
terça-feira (5), colocar em votação o projeto de lei de anistia aos réus pelo 8
de Janeiro de 2023 assim que o presidente da Casa, Hugo Motta
(Republicanos-PB), se ausentar do cargo. A fala ocorreu em uma reação de
parlamentares bolsonaristas à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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“Eu, como vice da Câmara e do
Congresso, sempre busquei equilíbrio e diálogo. Sempre respeitei Motta, que tem
a pauta na sua mão. Diante dos fatos, já comuniquei Motta que, no primeiro
momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara, quando Motta se
ausentar do país, irei pautar a anistia”, afirmou Altineu a jornalistas.
Após ameaças de obstrução e diversas
manifestações da direita pela anistia, o presidente da Câmara decidiu que não
iria pautar o requerimento de urgência do projeto. Hugo chegou a buscar diálogo
com representantes dos Três Poderes para chegar a uma alternativa de consenso,
mas não houve avanço.
Bolsonaristas pressionam presidente
da Câmara e do Senado
Em
entrevista de imprensa coletiva, deputados e senadores aliados de Bolsonaro
também pressionaram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP),
e afirmaram que a oposição vai paralisar os trabalhos na Câmara dos Deputados e
no Senado.
“É necessário que Alcolumbre tenha
estatura nesse momento e que ele permita a abertura de um processo por crime de
responsabilidade em desfavor do ministro Alexandre de Moraes”, cobrou líder da
oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). “[O foro privilegiado]
transformou-se em uma arma de subordinação e coação do Legislativo.”
Filho mais velho de Bolsonaro, o
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a prisão domiciliar do pai dá mais
força política a eles, mas disse lamentar a situação.
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Flávio afirmou que houve uma
“aberração jurídica”, além de uma “pseudomotivação para que se antecipasse o
cumprimento de sentença”, ao refutar qualquer ilegalidade no vídeo publicado
por ele nas redes sociais que motivou a prisão domiciliar de Bolsonaro.
Durante
manifestação no Rio de Janeiro, no domingo (3), Flávio fez uma ligação com o
pai, transmitida durante o ato. No telefonema, o ex-presidente disse: “Obrigado
a todos. É pela nossa liberdade, nosso futuro, nosso Brasil. Sempre estaremos
juntos”.
Na decisão em que determinou a prisão
de Bolsonaro, Moraes afirmou que houve o descumprimento de medidas cautelares
impostas após a operação de 18 de julho, quando o ex-presidente foi obrigado a
colocar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais.
Fim do recesso parlamentar
A volta dos trabalhos do Legislativo
é importante para a oposição porque fornece palcos para discursos e outras
formas de protesto. Na metade de julho, quando Bolsonaro foi alvo da primeira
restrição de liberdade, seus apoiadores no Congresso tentaram suspender o recesso,
mas não tiveram sucesso.
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A
bancada bolsonarista pressiona pela aprovação do que chama de “anistia ampla,
geral e irrestrita”, ou seja, perdão não apenas aos presos do 8 de janeiro, mas
também a Bolsonaro.
A anistia, porém, não foi encampada
pelo centrão e perdeu força na Câmara. Agora, após os atos realizados por
bolsonaristas nas ruas no domingo e a prisão domiciliar de Bolsonaro, a
expectativa de seus aliados é que o tema seja levado para a votação.
Segundo integrantes do PL, há uma
sensibilização da classe política com a situação de Bolsonaro e uma avaliação
de que há abuso por parte de Moraes.
Fonte:
Folhapress
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