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foto/Reprodução |
A relação entre o clã Bolsonaro e o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve sua maior desavença em público nesta
terça-feira (15), após o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), acusar o governador de agir com “subserviência servil” e abandonar a
defesa do pai em um momento de pressão internacional.
A irritação
da família Bolsonaro se deve ao fato de Tarcísio não ter apoiado publicamente a
chantagem do presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciou tarifas de
50% sobre produtos brasileiros como forma de pressionar o governo Lula por anistia ao
ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de
Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Tarcísio
minimizou o tarifaço em um primeiro momento, em consonância com seu tutor
político, Jair Bolsonaro, mas depois da péssima repercussão na opinião pública,
e em especial entre os empresários, mudou de postura. Preocupado com o desgaste
eleitoral, ele agora tenta passar a imagem de que está tentando conter os danos
econômicos.
Em publicação no X, Eduardo
Bolsonaro disparou:
“Prezado governador @tarcisiogdf, se você
estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria
defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e
nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é
sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”.
O ataque foi
uma resposta direta a uma declaração recente de Tarcísio, que tentou justificar
sua postura ao dizer: “Estou olhando para São Paulo, para o setor industrial,
para o nosso agronegócio, empreendedores e trabalhadores”. São Paulo deve ser o
estado mais afetado com a tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano,
especialmente nos setores maquinário e aeronáutico, fortemente exportados por
empresas paulistas.
Eduardo, Tarcísio e as
eleições de 2026
O racha ocorre em um momento delicado para a direita, que ainda busca uma
liderança viável para 2026, uma vez que Jair Bolsonaro está inelegível pelo TSE
até 2030.
Tarcísio chegou a ser apontado como o sucessor natural de Bolsonaro na
disputa presidencial, por sua ligação com o ex-presidente e pela gestão à
frente do Ministério da Infraestrutura. Mas, ao tentar se afastar do discurso
mais radical e construir uma imagem institucional, o governador vem perdendo
apoio entre bolsonaristas mais fiéis.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro
passaram a rotular Tarcísio como “bolsonarista de ocasião”, acusando-o de
traição por não endossar o discurso de anistia e se manter em silêncio diante
da pressão de Trump. Em entrevista à
Folha de S.Paulo, Eduardo Bolsonaro deu um tom pessoal à crítica, afirmando que
a postura do governador nas negociações com os Estados Unidos representa um “desrespeito” com ele próprio,
já que é o próprio Eduardo quem está nos EUA articulando ataques ao governo
brasileiro e buscando apoio internacional pela anistia do pai.
Do Icl
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