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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Bolsonaro foi alertado sobre fraudes no INSS durante transição, segundo peritos

Fraudes no INSS afetaram milhares de brasileiros, boa parte do dinheiro já foi devolvido. Mandados de prisão e de busca e apreensão estão sendo cumpridos(Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

Em meio às discussões sobre a montagem do novo governo, em dezembro de 2018, Jair Bolsonaro (PL) teria sido informado diretamente por médicos peritos da Previdência sobre suspeitas de fraudes e desvios no INSS. A denúncia foi feita pela ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos), que afirma ter alertado o então presidente eleito sobre riscos de prejuízo bilionário aos cofres públicos.

Segundo a entidade, a exposição ocorreu em reuniões realizadas no gabinete de transição, instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. A mais emblemática delas aconteceu no dia 11 de dezembro, quando Bolsonaro recebeu representantes da categoria para ouvir relatos sobre irregularidades no pagamento de benefícios previdenciários.

A interlocução foi articulada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), recém-eleito na época, que disse ter levado os peritos à equipe de Bolsonaro após receber denúncias envolvendo aposentadorias rurais, seguro-defeso e outros auxílios. Ele, no entanto, afirma não se lembrar da identidade dos denunciantes, nem de todos os integrantes do grupo de transição presentes nas reuniões.

Encontros com equipe de Bolsonaro

Os encontros com a equipe de Bolsonaro ocorreram ao menos três vezes. O primeiro, em 12 de novembro de 2018, contou com Onyx Lorenzoni, então chefe da transição, quando a ANMP relatou os impactos das fraudes no déficit da Previdência e discutiu a reforma do sistema. Em seguida, a entidade foi recebida pelo então presidente eleito, em dezembro, e, posteriormente, pelo deputado Osmar Terra (PL-RS), que viria a assumir o Ministério da Cidadania.

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As agendas foram conduzidas por dirigentes da ANMP: Francisco Cardoso (então presidente e hoje vice), Luiz Argolo (então vice e hoje presidente) e Samuel Abranques (diretor sindical). A associação, questionada pela reportagem, preferiu não se manifestar.

Governo Lula

No governo Lula (PT), o caso das fraudes em descontos associativos do INSS se tornou escândalo após investigações da CGU e da Polícia Federal, resultando na queda do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). A gestão petista tentou responsabilizar governos anteriores, enquanto a oposição impulsionou pedidos de CPMI para apurar o esquema.

Izalci, em dois debates na CNN Brasil, admitiu ter sido procurado por peritos, mas não identificou nomes, sendo acusado de prevaricação por adversários. Durante sessão da CPI do INSS em 8 de setembro, voltou a ser cobrado pelo assunto e reagiu defendendo Bolsonaro.

“Se algum presidente fez alguma coisa concreta, chama-se Jair Messias Bolsonaro. Agora, eles pegam uma reportagem como essa, criam narrativa e ficam repetindo isso constantemente”, respondeu Izalci, um dos membros da CPMI.

O senador cita como resposta do governo a medida provisória 871, editada em janeiro de 2019, que endureceu regras contra fraudes e determinou a revalidação anual de autorizações de desconto em aposentadorias e pensões — prazo depois ampliado pelo Congresso. Em 2022, porém, a exigência foi revogada pela lei que criou o Programa de Simplificação do Microcrédito Digital, sancionada sem vetos por Bolsonaro.

Onyx reforçou que, além da MP, a equipe buscou enfrentar problemas estruturais do INSS, como a concessão de aposentadorias rurais sem certidão. Ele reiterou não se recordar de discussão sobre descontos associativos.

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“Sempre que falam em perito eu me lembro disso e da luta que faziam por conta da perícia por vídeo. Havia essa preocupação com benefícios indevidos. Na época, eu me lembro que na transição nós recebemos isso e depois, ao longo do governo, nós fomos dando resposta a essas coisas todas”, disse.

“Mas eu não tenho memória de se falar em desconto associativo [com] o pessoal da perícia. Eu me lembro sim, claramente, que tinha a questão que envolvia o bônus, as escalas dos peritos e tinha essa questão referente à perícia remota, por vídeo.” completou.

Osmar Terra não respondeu aos questionamentos da reportagem. Já a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente está incomunicável por determinação judicial.

 Fonte: Agência Brasil


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